Certamente sabes que a tua alimentação desempenha um papel fundamental no peso, na energia e até mesmo no humor. Mas, sabias que também pode ajudar a salvar a tua vida?
Esta ideia vem do movimento “comida como remédio”, uma filosofia com raízes na epidemia de HIV, que começou na década de 1980. Quando defensores da saúde pública lançaram programas de nutrição para ajudar a controlar a AIDS.
Agora, muitas pessoas percebem que certos estilos de alimentação têm o potencial de influenciar a prevenção de doenças. Sem mencionar que também influenciam a qualidade de vida, a saúde e a longevidade.
Sendo assim, se procuras combater ou controlar uma doença, ou simplesmente comer mais saudável para teres uma melhor aparência e te sentires melhor. Hoje em dia, não faltam recursos que permitem que aproveites as vantagens do uso da alimentação como remédio.
Que tipo de comida costuma estar no teu prato? A resposta a esta pergunta pode desempenhar um papel importante no risco de futuras doenças. Na verdade, de acordo com um estudo, a má nutrição e dietas pobres, são responsáveis por cerca de 11 milhões de mortes globais a cada ano. Isto devido a doenças cardiovasculares, certos tipos de cancro e diabetes tipo 2.
De um modo geral, uma dieta pobre inclui consumir muito sódio, carne (vermelha ou processada) e bebidas com açúcar adicionado. Além disso, não comer frutas, vegetais, frutos secos, grãos inteiros, gorduras saudáveis e ácidos ômega-3, contribui de igual modo para a mesma causa.
No entanto, certos planos de dieta têm bases científicas para ajudar a prevenir muitas doenças crônicas. Como é o exemplo da dieta DASH, que é saudável para o coração. Pois, reduz a pressão arterial e o colesterol. Além disso, uma dieta à base de vegetais, quando combinada com um regime de baixo teor de gordura, demonstrou também reduzir o colesterol, diminuindo assim, o risco de doenças cardiovasculares.
Da mesma forma, algumas pesquisas mostraram que a dieta MIND, que se concentra na combinação de princípios da dieta DASH e mediterrânica, pode desempenhar um papel importante na prevenção da doença de Alzheimer. Além disso, a dieta mediterrânica pode também ajudar a prevenir doenças cardíacas e certos tipos de cancro.
Por outro lado, uma dieta com baixo teor de gordura combinada com exercício físico, mostrou baixar o nível de açúcar no sangue e reduzir a taxa de desenvolvimento de diabetes tipo 2 em 34%. Na mesma linha, as dietas saudáveis à base de plantas e grãos inteiros, estão associadas a vários benefícios protetores. Que inclui, um menor risco de desenvolver doenças cardiovasculares.
Como já mencionado, o movimento dos alimentos como remédios em um nível de base, remontam aos anos 80. Nesses programas, a comida tem sido utilizada principalmente como meio de controlo de doenças, e não de prevenção.
Uma grande quantidade de pesquisas sugere, que o uso de alimentos combinados com cuidados tradicionais, como medicamentos, é um esforço que vale a pena para ajudar a controlar as doenças. Além disso, mudanças na dieta, podem ajudar a melhorar as doenças. Estas incluem tudo, desde diabetes, doenças renais, cancro, entre outras.
Nem todos os estilos de alimentação são criados de forma igual. Hoje em dia, cada vez mais pessoas experimentam as dietas da moda por conta própria. Na esperança de melhorar a saúde, perder peso ou promover um bem-estar geral. Como aumentar a energia, melhorar o sono ou eliminar a chamada “névoa do cérebro”.
No entanto, ao contrário dos programas acima, nem sempre há pesquisas científicas rigorosas, que apoiem a tentativa de um determinado plano de dieta para o resultado desejado. Além disso, muitas pessoas fazem sozinhas as mudanças na dieta, o que em alguns casos pode oferecer o resultado desejado. Mas noutros, pode não fazer nada ou causar danos.
Por outro lado, as dietas da moda costumam ser muito difíceis de seguir, devido à elevada restrição que impõem. Ao passo que, geralmente, proporcionam uma perda de peso no curto prazo, mas no longo prazo, esse peso acaba por voltar.
Se as dietas restritivas são úteis para ti e o teu médico as aceita, ótimo. Porém, é importante que não te deixes levar pela ideia que um alimento específico (ou grupo de alimentos) ou falta dele, é uma poção mágica. Em vez disso, opta por um padrão alimentar saudável que ofereça ao teu corpo os nutrientes que ele necessita. Assim como, vegetais, frutas, grãos inteiros, água pura, entre outros.
As novas gerações estão cada vez mais conscientes do potencial medicinal da alimentação. Pois, embora já esteja entendido que a boa nutrição promove a saúde geral. Os consumidores cada vez mais promovem uma escolha de alimentos que podem ajudá-los a controlar e, em alguns casos, reverter certas condições médicas.
Segundo um estudo, os jovens adultos, na faixa dos 18 aos 24 anos, estão particularmente interessados numa alimentação que melhore a saúde. Por exemplo, 9% dos adultos dizem que uma das principais metas nutricionais é proteger a saúde do cérebro.
Enquanto isso, há evidências que mostram um aumento recente no interesse da população em geral, por vários recursos que promovem uma alimentação saudável. Estes incluem:
Emboras a alimentação possa ajudar a prevenir ou até mesmo tratar doenças, é essencial manter as expectativas sob controle. Dessa forma, deve-se pensar na comida como um complemento da medicina e não como uma alternativa.
Os alimentos podem ajudar a diminuir o risco de contrair certas doenças ou fornecer a energia necessária para as combater. No entanto, nenhum alimento ou dieta tem o poder de eliminá-las.
O que comemos ou deixamos de comer tem um impacto tremendo na nossa saúde, mas o efeito acontece por muito mais tempo quando não se pensa nisso como remédio. Caso contrário, as pessoas vão querer resultados grandes e rápidos. Além disso, se olhares para cada refeição como um tratamento médico, isso pode mudar a tua relação com a comida, tornando-a indutora de stress.
É essencial pensar na alimentação como uma boa prática para manter o corpo saudável. Dessa forma, o risco de contrair doenças diminuiu e caso o azar nos bata à porta na mesma, teremos forças para lidar com ele. Porém, é importante lembrar que há momentos em que o melhor remédio é mesmo o remédio.